Entenda como é feita a qualificação das águas da nossa região pela CETESB e quais são os principais desafios da gestão de nossos recursos hídricos.
Seguindo com os conteúdos relacionados ao Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março, neste texto, falaremos sobre a importância de preservar os recursos hídricos.
No estado de São Paulo, as bacias hidrográficas estão sub dividas em regiões denominadas de unidades hidrográficas de gerenciamento de recursos hídricos – UGRHI. A Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, UGRHI 3, abrange quatro municípios, dos quais três são continentais – Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião -, e um é insular – Ilhabela.
No que diz respeito à qualidade das águas, em um primeiro momento pode-se dizer que, assim como a demanda de recursos hídricos, a situação pode ser considerada confortável para grande parte das sub-bacias da UGRHI 3, uma vez que os relatórios de acompanhamento de águas interiores da CETESB apontam para grande parte dos corpos monitorados com classificação de Índice de Qualidade das Águas (IQA) “boa”.
Há de se notar, contudo, a ausência da classificação “ótima” desde 2012, além de uma recente piora dos índices, com o aumento de situações classificadas como “ruim”. Os motivos desta piora, de acordo com o diagnóstico, relatórios de situação, planos e programas analisados, são diversos e vão desde ocupações irregulares até outras mudanças no uso do solo, promovidos pela dinâmica socioeconômica ou, até mesmo, por causas naturais, como cargas orgânicas da fauna e flora da região.
Algumas situações destacadas no relatório de 2017 referem-se à baixa adesão para ligação de imóveis na rede pública de esgotos (ligações factíveis), ao lançamento de efluente in natura ou sem tratamento adequado nos corpos hídricos, e ao colapso do lodo ativado das estações de tratamento de esgotos, quando há ligação de águas pluviais na rede de esgotamento, que levam à sobrecarga do volume de água que chega à estação e geram extravasamento nos poços de visita (ladrão) – já falamos sobre este tema em outros posts, clique aqui para ler. Uma vez que a região possui alta pluviosidade e que os períodos mais chuvosos são aqueles com maior ocupação humana (que é o caso do Verão), tal situação chega a comprometer a drenagem urbana, levando à maior contaminação e agravando situações de inundação (Relatório de Situação das Bacias Hidrográficas do Litoral Norte, 2019).
Estas análises e relatórios evidenciam que a falta de dados efetivos de monitoramento local é um desafio para a gestão dos recursos hídricos, uma vez que o monitoramento realizado pelos órgãos competentes não é feito com uma periodicidade curta e, muitas vezes, baseiam-se em projeções de dados estatísticos que não condizem com a realidade do monitoramento continuo.
Para contribuir com este trabalho, desde 2017 o ICC e os educadores ambientais do Instituto Verdescola realizam o projeto de monitoramento do Rio Sahy. Trata-se de uma ferramenta pedagógica de educação ambiental realizada junto com os jovens educandos do Verdescola, ao mesmo tempo em que contribui para o mapeamento e diagnóstico da APA Baleia Sahy, incluindo a qualidade da água, mata ciliar, assoreamento, tipo de lixo existente, esgotamento sanitário, entre outros pontos observados.
Nos próximos posts sobre o assunto, entenda como é feito este mapeamento e a importância deste trabalho para a APA e conscientização da comunidade local.
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