Nesta reunião, a equipe do ICC fez a apresentação do Plano de Manejo da Caixeta e Taboa como importante instrumento de viabilização de matérias primas para a produção de artesanato, por meio de uso de produtos florestais atualmente limitados pelas normas, com vistas a garantir a manutenção da cultura tradicional caiçara em São Sebastião. Da mesma forma, os usos comunitários de madeira proveniente das árvores que caíram devido às chuvas e deslizamentos, entre outros temas.
Atualmente o documento está em tramitação na Secretaria do Meio Ambiente para operacionalizar a coleta e manejo destas espécies vegetais pelos Artesãos da APA Baleia Sahy.
Para Edson Lobato – Biólogo – Coordenador do Plano de Manejo da APA Baleia Sahy, comenta da importância deste documento:
“Um marco em termos de regularização de uma atividade básica para a manutenção de uma profissão associada à cultura tradicional caiçara, que está com os seus dias contados se nada for feito, portanto, uma enorme responsabilidade de instituições, ONGs e de nossa sociedade que deve se envolver nesse processo, antes que seja tarde demais”!
“A expectativa é que o plano seja aprovado e a oportunidade de os artesãos utilizarem os recursos disponíveis na APA ocorra o mais brevemente possível”. Marcelo Ponsonato – Biólogo – Responsável Técnico, que explicou um pouco na reunião como poderá ser feito o manejo desta área caso aprovado:
“O manejo deverá ocorrer da Zona de Uso Sustentável (ZUS) da APA Baleia-Sahy, conforme disposto em seu plano de manejo. Embora a área da ZUS seja de cerca de 31 hectares, a alta disponibilidade da Taboa e Caixeta ocorre em aproximadamente 3,5 e 6,5 hectares, respectivamente. O manejo da Taboa pode ser realizado conforme a demanda por matéria prima, visto que é uma espécie que não é ameaçada de extinção, já o manejo da Caixeta, deverá ser feito de forma escalonada, ou seja, a madeira deverá ser cortada apenas em trechos e intervalos de tempo pré-estabelecidos. Foi muito interessante notar que parte das recomendações dadas pela legislação já são adotadas naturalmente pelos artesãos, o que demonstra o conhecimento empírico deles a respeito da importância de se realizar um manejo sustentável das espécies”.