Em fevereiro de 2023, São Sebastião foi atingida por uma chuva histórica. O maior recorde de chuvas em 24 horas, com 683 mm, deixou um rastro de destruição ambiental e humanitária. Foram registradas 64 mortes, principalmente em áreas de risco, além de mais de 200 ha de mata degradada na Serra do Mar, o equivalente a 200 campos de futebol.
Logo após a tragédia, o ICC se mobilizou para criar o Projeto Restaura Litoral Norte, que promove a restauração dessas áreas com tecnologia inovadora e que busca proteger a comunidade através de oficinas participativas e educação climática para a redução de riscos de desastres, que estão ficando mais frequentes com as mudanças climáticas.
Em novembro, o ICC concluiu a operação de semeadura das áreas degradadas, com a dispersão de mais de 100 milhões de sementes através de drones, contribuindo para a recuperação da biodiversidade e a preservação da preciosa Mata Atlântica.
Com o apoio da Atlântica Consultoria Ambiental, foram mapeadas e estudadas as características dos 871 pontos de deslizamento, selecionando cerca de 20 espécies nativas do bioma Mata Atlântica para a restauração ecológica.
A execução do projeto ficou a cargo da empresa Ambipar Group, multinacional brasileira líder em gestão ambiental, que possui um viés inovador na utilização de cápsulas de sementes, e dispersão por meio de drones.
O projeto fecha a economia criativa porque utiliza cápsulas de medicamento que seriam descartadas pela indústria farmacêutica. As biocápsulas, feitas de material biodegradável, têm o objetivo de proteger as sementes e, ao mesmo tempo, nutrí-las, auxiliando no processo de germinação.
Além disso, dentro das cápsulas, está presente o Ecosolo, um condicionador de solos com Certificação Orgânica e Registro no Ministério da Agricultura, produzido a partir de resíduos orgânicos das indústrias de papel e celulose, que possui alta concentração de matéria orgânica.
O Projeto Restaura Litoral Norte é realizado com o patrocínio da Concessionária Tamoios, Gerando Falcões e uma rede de patrocinadores privados, além do apoio do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de São Paulo (MPSP), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de SP, Fundação Florestal e Prefeitura Municipal de São Sebastião.